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Para os mais curiosos e masoquistas, visitem-me.

Como é bom recordar os tempos em que eramos pequenos. De tamanho e senso, mas grandes de amizade. Estranho é pensar que nenhum de nós sabia o que nos aguardava, o que nos trazia o futuro, esse bem incerto para todos. Tão perdidos na nossa inocência, tão absorvidos nas brincadeiras legais e bondosas. Não havia espaço para diferenças, para intrigas, para o que quer que fosse para além do que nós eramos e sentiamos.

Agora, pensar nesses tempos é tudo o que me salva deste cinzento. Talvez vocês também sintam falta do que era antes, mas ao menos sabem que é algo que ninguem nos tira nem poderá tirar, nunca.

Hoje

Hoje escrevo só para ti.
Mas falta-me a inspiração, por isso adiemos a coisa.

Cãimbras

"Doem-me as pernas de andar perdido entre esta gente. Realidade, mas controversa e cruel:
Prende-me o movimento e a direcção. Cambaleio sempre que me levanto, entre olhares estranhos e trocistas. Têm pena, dizem em tom enternecido, mas apunhalam-se nas costas uns dos outros, qual festim de nobreza romana."


Tenho um certo medo de me dar com o próximo. Há quem diga que sou tímido, mas eu diria mais prudente nas escolhas. Assim protejo-me e aos outros de mim. A Natureza Humana enerva-me por ser tão baixa, mesquinha. Detesto saber que sou Homem.



Não liguem, já não estou bem da cabeça.

Texto

A noite já vai longa e o bar anda parado, ninguém sai, ninguém entra. O engate está em jogo, sorrateiro, e as apostas estão no ar, assim como o cheiro intenso do tabaco contrastando as colónias e perfumes feitas perfeitas feromonas. O cantautor de serviço segue os acordes apenas com o foco vermelho vindo de cima. O som está mau, mal se percebe o soletrar confuso do infeliz, com a testa franzida. No fundo do sítio mal iluminado fico de pé encostado á parede. Cedo encontro companhia no balcão: o odor embriagante do meu cocktail conforta-me o espírito, porque vim sozinho e não tenho nada a perder, apenas uma noite.

Noite de natal, pelos vistos. Gostaria de dizer que esta gente toda veio a ao malfadado sítio por motivos semelhantes aos meus, mas não. São animais. Eu já nem isso posso ser. A minha embriaguez depressa substitui a memória presa de que não me deste nada neste natal. E eu que te quis dar tudo. Tudo o que achei melhor e bom para ti, nós.
Um turbilhão de lembranças ressaltam-me o cortex enquanto trago o meu segundo cálice. Soube-me mal, mas que se dane. É natal e não tenho nada a perder.

Desvario poético

Vou
E não volto
É triste mas é assim
Como um transplante de rim
*plim*
Separo-me de tudo
Da paz que me envolvia
Que raio de alegoria!
Não tenho jeito para a poesia...

Já foi escrito há uns meses, mas pareceu-me que até ficava bem publicado. Ou não.

O blog está parado por um bocadinho.