Ser velho

É impressionante como alguém tão jovem se pode sentir como um velho septuagenário com artite.
Estar onde não quero irrita-me. Quero ir onde quero e como quero. Quero ir á praia deitar me na areia e ver o sol a esmorecer. Acordar sem pressas e sem responsabilidades idiotas.
Sem pessoas a quem chatear ou que me incomodem, não compreendem que apenas quero que me deixem em paz. Vêm-me dissabores quando observo o que se torna a juventude. Tão novo, mas já tão velho...!

É isso. Estou cansado de mim. De saber sempre dos mesmos erros, de arremessar sempre as mesmas coisas para o subconsciente, numa tentativa de esquecimento natural. Ser velho traz uma preciosa vantagem: poder esquecer muita coisa, quase de um dia para o outro.

E perguntam-me gentilmente se sou feliz. Que alternativas tenho? Já não se pode dizer que não nesta idade, porque os jovens são sempre felizes. Os que não se sentem assim, ou não sabem, são sempre depressivos.

Os velhos podem ser felizes ou infelizes. E aí já toda a gente lhes dá razão.